Hoch Arquitetura

O que é BIM

5 de novembro de 2015

A metodologia BIM surgiu no final da década de 80 na Universidade de Princeton, quando o arquiteto Jerry Laiserin iniciou a International Alliance for Interoperability (IAI), uma organização que visava melhorar o intercambio de informações entre softwares usados na construção; atual BuildingSMART.

BIM

O termo BIM (Buiding Information Modeling), foi popularizado quando Jerry Laiserin o definiu como uma representação digital do processo de construção, com a finalidade de facilitar o intercâmbio e a interoperabilidade das informações em formato digital. Entre os primeiros softwares criados dentro deste sistema estão o Allplan, da alemã Nemetschek (1980), o Rada CH, da húngara Grafisoft (1984), que mais tarde seria o ArchiCAD;  e o Revit (1990) da Autodesk, que tinha basicamente a mesma tecnologia já proposta pelo Allplan e o ArchiCAD, porém com maior  apelo comercial. O processo do BIM se baseia em modelos digitais e integrados, denominados Building Information Models. Assim, o Building Information Modeling permite a gestão da informação, enquanto que os modelos compartilhados formam o Building Information Model, que são a base do processo. O BIM tem como premissa a integração entre os processos e os profissionais do início ao fim do empreendimento, criando um modelo virtual que represente todas as características do produto final, como informações técnicas, execução, manutenção, orçamentos, etc., e a relação destas características com a variável tempo; através de parâmetros que podem ser inseridos nos mais diversos elementos do projeto, armazenando todas as informações necessárias, o que diferencia os softwares BIM dos de modelagem 3D. Os objetos paramétricos devem ser construídos além das suas definições geométricas, possuir uma geometria integrada e sem inconsistências, ter seus parâmetros definidos em diferentes níveis, respeitar as especificações de tamanho, fabricante, etc., e receber informações e dados de outras disciplinas; o que demonstra que a informação é a chave para o desenvolvimento de um modelo bem sucedido, pois quanto maior a gama de informações inserida em um objeto, com maior precisão; melhor a integração com todos os elementos do projeto e mais informações precisas poderemos retirar desse modelo.

 

Uma questão bastante relevante para a difusão do sistema BIM é a interoperabilidade entre os diferentes softwares, com a finalidade de possibilitar a troca de informações entre eles, mantendo as características e informações dos objetos. Com isso, foram estabelecidas normas e formatos para exportação ou importação de arquivos. O formato standard internacional utilizado hoje é o IFC, criado pela IAI em 1994; um padrão neutro que visa manter quatro eixos de informação: ciclo de vida, disciplina, nível de detalhe e aplicação, com uma representação por classes genéricas, e não específicas para cada elemento da construção.

Outro mecanismo importante para a interoperabilidade entre softwares é o IFD, uma biblioteca internacional de objetos, que descreve suas propriedades, unidades e valores. Nele é criado um catalogo de nomenclatura de objetos, em vários idiomas, garantindo a compatibilidade internacional.

Entre os softwares BIM mais usados hoje temos: Revit Architecture, ArchiCAD e Vector Works Architect, para a disciplina de arquitetura; Revit Structure, CAD/TQS e Tekla Structures para a disciplina de estrutura; Navisworks para Gerenciamento de projetos, entre outros.

A Autodesk é hoje a líder de mercado e possui diversas ferramentas BIM, atendendo a varias áreas. O Revit, por exemplo, possui softwares para várias disciplinas: o Revit Architecture para arquitetura, Revit Structure para engenharia estrutural e  Revit MEP para engenharia mecânica, elétrica e hidráulica (MEP de Mechanical, Electrical, Plumbing). Além disso, possuem também softwares de gestão e análise de informações como o Navisworks. No Brasil, o Revit tem sido o software mais utilizado, principalmente pela hegemonia da Autodesk no mercado, com a ferramenta AutoCad.

Da empresa Graphisoft, o ArchiCAD também é um software bastante usado, que possui plugins como o MEP Modeler, para engenharia. Porém o Revit vem tendo mais espaço no Estados Unidos, enquanto que o ArchiCAD é usado com mais frequência nos países da Europa. Uma vantagem do ArchiCAD com relação ao Revit é que esse é compatível não só com Windows mas também com Mac OS.

Vale ressaltar que o BIM não se resume a um software modelador de objetos em 3D, como muitos escritórios utilizam na pratica; mas sim uma filosofia de desenvolvimento de projetos, um sistema que busca a integração das disciplinas projetuais e de seus profissionais, visando à simulação de um modelo perfeito com as características do produto final que se deseja construir.

A falta de integração entre os projetos de arquitetura (que no Brasil estão mais desenvolvidos na questão do uso do BIM) com os projetos estruturais e de instalações, por exemplo, a falta de bibliotecas de objetos e a falta da cultura do trabalho em equipe, são barreiras que atrapalham um desenvolvimento maior, e fazem com que o sistema seja implantado de forma parcial. Com isso, os benefícios reais da sua implantação não ficam tão evidentes. Todo processo exige um trabalho importante de planejamento, com um plano estratégico bastante organizado, de forma que a migração possa ser realmente eficiente.



Bruna Meneghini


Bruna Meneghini

Arquiteta Coordenadora da Hoch arquitetura

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